terça-feira, 31 de maio de 2011

Democracia Real JÁ! se espalha pela europa.

Os protestos do movimento "Democracia Real Já" em Espanha estão a alastrar-se pela Europa. Estão marcadas para esta sexta-feira manifestações em várias cidades portuguesas. No Porto, a concentração é na Praça da Batalha.

"A liberdade não tem data marcada e aparece quando menos se espera", lê-se num dos eventos do Facebook que convoca os portugueses para uma manifestação "por uma sociedade melhor", esta sexta-feira, às 20h00, em várias cidades do país.

O protesto tem como inspiração o movimento "Democracia Real Já", que tem arrastado para as ruas espanholas milhares de pessoas há vários dias e que está a espalhar-se pela Europa. Porto, Lisboa, Coimbra, Faro e Braga são os pontos de concentração em Portugal, mas, nas redes sociais, existem convocatórias para manifestações e "acampamentos" em cidades como Londres, Paris, Bruxelas, Berlim e Roma.

Nos diversos eventos no Facebook, cerca de 800 pessoas confirmaram a sua participação. Ricardo Miranda é um dos jovens que já começou "a fazer barulho no Facebook para chamar as pessoas para a Batalha", diz ao JPN. "Queremos demonstrar que já não aguentamos mais este sistema", afirma.

A iniciativa, convocada através das redes sociais, não tem uma organização definida. Como tal, Ricardo Miranda diz que só no local é que vão "ver como é que as coisas correm". Mas acrescenta que era "óptimo" se, durante o fim-de-semana todo, estivessem tantas pessoas como estiveram na manifestação da "Geração à Rasca".

Manifestação para "conseguir uma mudança"
Na noite de quinta-feira já decorreu uma manifestação em frente à embaixada de Espanha em Lisboa, com cerca de 300 pessoas que se "reuniram numa espécie de assembleia e decidiram continuar as vigílias", afirma Ricardo Miranda. No Porto, estiveram à volta de uma centena de pessoas. A iniciativa deve continuar hoje, sexta-feira, no Rossio (Lisboa), na Praça da Batalha (Porto) e na Praça 8 de Maio (Coimbra).

Recorde-se que também no passado domingo decorreu uma manifestação denominada "A Rua é Nossa", mas, no Porto, apenas compareceram quinze pessoas.

Tal como tem acontecido com as iniciativas deste género, como a "Geração à Rasca", os manifestantes afirmam-se "pacíficos mas firmes, apartidários mas conscientes, laicos mas peregrinos de um país renascido", como é possível ler no apelo à participação no evento no Facebook. Aliás, Ricardo Miranda acrescenta que a intenção é "continuar a luta que vem do 12 de Março" e tentar "conseguir uma mudança".

Em Espanha, os manifestantes devem manter-se nos locais até domingo, dia das eleições regionais e municipais, apesar da Junta Eleitoral Central ter proibido as manifestações, proposta que o Governo espanhol ainda está a analisar.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Entenda melhor a homossexualidade

Reflexão:kit escola sem homofobia

A decisão de vetar o kit escola sem homofobia me fez refletir sobre a educação sexual para estudantes da rede pública e privada,e cheguei a uma "conclusão".
Se exibir filmes e utilizar material didático é fazer apologia,porque então,somente material voltado à relações heteros são permitidos?A quem,um adolescente homossexual,filho de pais heteros,pedirá auxílio para construir um relacionamento e prevenir-se?Posto que convivemos em uma sociedade patriarcal e preconceituosa.
Acredito que esse veto reforça ainda mais a intolerância,mas também acho que esse tema deveria ser abordado de forma mais incisiva e esclarecedora.Poderia,por exemplo,ser opcional e não obrigatório...sei lá,esse é um tema que deveria ser mais discutido,e não vetado.

Documentário sobre os Neonazistas na Paulista

Documentário sobre os Neonazistas na Paulista from Raphael Tsavkko on Vimeo.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Fascismo stalinista na Espanha [Mattick 1937-08]

Em 7 de maio de 1937, a CNT-FAI de Barcelona transmitiu a seguinte ordem: « As barricadas devem ser removidas. As horas de crise passaram. A calma deve ser estabelecida. Mas circulam pela cidade rumores que contradizem os informes sobre o retorno à tranqüilidade que agora ordenamos. As barricadas contribuem para a confusão. Não necessitamos de barricadas, já que a luta acabou. As barricadas não têm mais nenhum objetivo; sua permanência pode dar a impressão de que desejamos voltar à situação anterior – e isto não é verdade. Camaradas, vamos cooperar para o total restabelecimento de uma vida normal. Tudo que impede o retorno à normalidade deve desaparecer. »

Então, recomeçou a vida normal, isto é, o terror do fascismo stalinista. Assassinatos e prisões de trabalhadores revolucionários. Foram desarmadas as forças revolucionárias, calados os seus jornais e emissoras de rádios, entregues as posições conquistadas. A contra-revolução triunfou na Catalunha, região onde o socialismo, como nos era freqüentemente assegurado pelos líderes anarquistas e do POUM, avançava. As forças contra-revolucionárias da Frente Popular foram bem acolhidas pelos líderes anarquistas. Das vítimas era esperado que saudassem os seus algozes. « Quando se tentou encontrar uma solução e restabelecer a ordem em Barcelona », lê-se em um boletim da CNT, « a CNT e a FAI foram os primeiras a oferecer sua colaboração; foram as primeiras a propor o cessar-fogo e tentar a pacificação de Barcelona. Quando o governo central restabeleceu a ordem pública, a CNT estava entre os que primeiro colocaram seus efetivos à disposição das autoridades. Quando o governo central decidiu enviar tropas à Barcelona, para subjugar as forças políticas que não se submetiam às autoridades públicas, a CNT foi a única a determinar que fosse facilitada a passagem dos militares ».

Sim, a CNT fez o possível para trazer a contra-revolução de Valência a Barcelona. Os operários detidos podem agradecer às lideranças anarquistas por sua prisão, que termina diante de um pelotão de fuzilamento dos fascistas stalinistas. Assassinados, são removidos com suas barricadas; são silenciados para que as lideranças anarquistas possam continuar falando. Que excitação a dos neobolcheviques: « Moscou assassinou trabalhadores revolucionários – gritam. Pela primeira vez em sua história, a Terceira Internacional está disparando do outro lado das barricadas. Antes, somente traíam a causa, mas agora lutam abertamente contra o comunismo ». O que esperavam do capitalismo de estado russo e de sua legião estrangeira esses irados falastrões? Que ajudasse os trabalhadores revolucionários? O capitalismo, em todas as suas formas, só tem uma resposta para os trabalhadores que lutam contra a exploração: a morte. Uma frente única com socialistas e com « comunistas » de partido é uma frente única com o capitalismo. É inútil denunciar Moscou e também não faz sentido criticar os socialistas: ambos têm que ser enfrentados até o fim. Mas, agora, os trabalhadores revolucionários têm de reconhecer que as lideranças anarquistas, que os burocratas da CNT e da FAI também estão no campo inimigo. Unidos ao capitalismo, servem ao capitalismo. Onde as palavras perderam sua força, a traição tornou-se a ordem do dia. Amanhã, essas lideranças poderão estar disparando contra os trabalhadores revolucionários, como o fazem hoje os verdugos « comunistas » do quartel Karl Marx. A contra-revolução estende-se de Franco a Santillán.

Uma vez mais, como tantas outras, os trabalhadores revolucionários, decepcionados, denunciam a covardia de suas lideranças e procuram se reorganizar em torno de novos e melhores líderes. Os « Amigos de Durruti » romperam com as lideranças corruptas da CNT e da FAI, de modo a recuperar as práticas anarquistas originais. Aprenderam alguma coisa, mas não o suficiente. Os militantes do POUM decepcionam-se com Gorkin, Nin e Companys. Como esses leninistas não são suficientemente leninistas, procuram outros mais capacitados. Algo aprenderam, mas muito pouco. A tradição do passado lhes pesa como uma pedra amarrada ao pescoço. A substituição dos homens e o renascimento da organização revolucionária, porém, não bastam. Uma revolução comunista não é feita por líderes e organizações, mas pelos trabalhadores, pela classe operária. Uma vez mais, os trabalhadores revolucionários aguardam esperançosos por mudanças na Frente Popular, que poderiam, finalmente, imprimir-lhe um caráter revolucionário. Caballero, descartado por Moscou, voltaria, carregado nos ombros pelos militantes da UGT, que teriam aprendido e visto a luz. Moscou, desapontada por não obter o apoio adequado das nações democráticas, radicalizaria. Tudo isto é balela! As forças da Frente Popular, Caballero e Moscou são incapazes, mesmo que o quisessem, de derrotar o capitalismo na Espanha. As forças capitalistas não podem agir como socialistas. A Frente Popular não é um mal menor para os trabalhadores revolucionários. É simplesmente outra forma de ditadura capitalista, ao lado do fascismo. A luta deve ser contra o capitalismo.

A atual posição da CNT não é nova. Há poucos meses, o presidente catalão, Companys, disse que a CNT « não se opõe ao regime democrático da Espanha; ao contrário, sua posição é de defesa da legalidade e da ordem ». Como as outras organizações antifascistas espanholas, a CNT, apesar das frases radicais, limitou-se a fazer a guerra, ou seja, lutar contra Franco. O programa de coletivização, parcialmente realizado para atender às necessidades da guerra, não se contrapunha aos princípios capitalistas nem ao próprio capitalismo. Na medida em que a CNT considera esse programa o objetivo final, isto apenas sugere alguma forma de capitalismo de estado, no qual a burocracia sindical e seus filosóficos amigos anarquistas exerceriam o poder. E mesmo esse objetivo foi adiado para o futuro distante. Nenhum passo efetivo foi dado nessa direção, porque o movimento em direção ao sistema de capitalismo de estado significaria o fim da Frente Popular, o soerguimento das barricadas na Catalunha, e uma guerra civil dentro da guerra civil. A contradição entre sua « teoria » e sua « prática » foi explicada pelos anarquistas assim como o fazem os impostores, isto é, a « teoria é uma coisa e a prática outra, e a prática não é previsível como a teoria ». A CNT percebeu que não tinha um projeto para a reconstrução da sociedade. Percebeu, também, que não tinha o apoio das massas espanholas, mas apenas de uma parte dos operários em determinada parte do país. Percebeu, enfim, sua debilidade, tanto nacional quanto internacional, e que sua verborragia radical mal dissimulava a absoluta fraqueza do movimento nas condições criadas pela guerra civil.

Há muitas desculpas possíveis para a posição dos anarquistas, mas não há nenhuma para seu programa de falsificação, que confundiu o movimento operário e colaborou para o avanço do fascismo stalinista. Tentando fazer acreditar que o socialismo estava em marcha na Catalunha, e que isso era possível sem romper com o governo da Frente Popular, acabavam fortalecendo a Frente Popular, tornando-a capaz de se impor também aos operários anarquistas espanhóis. O anarquismo espanhol aceitou uma forma de fascismo, disfarçada de movimento democrático, para derrotar o fascismo de Franco. Não é verdade, como os anarquistas hoje afirmam, que não havia outra alternativa e que, por isso, todas as críticas à CNT são injustificadas. Os anarquistas poderiam ter tentado, após 19 de julho de 1936, estabelecer o poder operário na Catalunha; poderiam, também, em maio de 1937, ter tentado esmagar as forças do governo de Barcelona; poderiam, enfim, ter marchado tanto contra os fascistas de Franco como contra os fascistas stalinistas. Muito provavelmente, seriam derrotados. Possivelmente, Franco ganharia a guerra, estraçalhando tanto os anarquistas quanto os seus adversários da Frente Popular. Uma intervenção direta dos estados capitalistas talvez acontecesse. Mas havia outra possibilidade, embora menos provável. Os operários franceses ultrapassariam o mero estado de greve; a intervenção dos estados capitalistas provocaria uma guerra mundial; a luta se daria efetivamente entre Capitalismo e Comunismo. Seja o que for que tivesse acontecido, uma coisa é certa: as condições caóticas do capitalismo mundial tornar-se-iam mais ainda caóticas. Não é possível a transformação social sem catástrofes. Qualquer ataque desferido contra o sistema capitalista precipitaria uma reação, mas essa reação se produziria de todo modo, ainda que com algum atraso. Esse atraso custaria mais vidas de operários do que qualquer outra tentativa anterior para esmagar o sistema de exploração. Mas um ataque efetivo contra o capitalismo poderia criar condições mais favoráveis à ação internacional da classe operária e/ou ao acirramento das contradições capitalistas, precipitando o desenvolvimento histórico para sua ruptura. No princípio está a ação. Mas a CNT, assim nos foi dito, sentiu-se responsável pela vida dos operários; quis evitar um desnecessário banho de sangue. Quanto cinismo! Mais de um milhão de pessoas já morreram na guerra civil. Se alguém tinha necessariamente que morrer, que fosse por uma boa causa.

A luta contra o capitalismo – luta que a CNT queria evitar – é inevitável. A revolução proletária ou é radical desde o início ou será esmagada. É necessária a completa expropriação das classes dominantes, a eliminação de qualquer poder que não seja o dos operários em armas, o aniquilamento de tudo que se oponha à marcha revolucionária. Isto não aconteceu. Logo, a carnificina de maio em Barcelona e a eliminação dos militantes revolucionários em toda a Espanha se tornaram inevitáveis. A CNT nunca pôs a questão da revolução do ponto de vista dos operários, preocupava-se apenas com a organização. Agia em nome e com o apoio dos operários, mas nunca se interessou pela iniciativa autônoma e a ação direta destes, fora do controle da organização. O importante não era a revolução, mas a CNT. E, do ponto de vista da CNT, os anarquistas deviam reconhecer a diferença entre fascismo e capitalismo, entre guerra e paz. Assim, impôs-se a participação da CNT nas políticas nacional-capitalistas, pedindo aos trabalhadores que cooperassem com um inimigo, para esmagar o outro, conseguindo apenas retardar seu massacre pelo primeiro. O palavrório radical dos anarquistas não era para ser levando a sério, mas servia como instrumento de controle dos operários pelo aparato da CNT; « sem a CNT (escreviam orgulhosos), a Espanha antifascista seria ingovernável ». Queriam, como se vê, participar do governo e da dominação dos operários. Só queriam sua parte do butim, já que reconheciam faltar-lhes condições para se apropriar totalmente dele. Como os bolcheviques, identificaram as necessidades de sua organização com as necessidades da classe operária. O que decidiam era o melhor. Os trabalhadores não deveriam pensar e decidir por si mesmos, pois isto atrapalharia a luta, causando confusão; deveriam, isto sim, apenas seguir os seus salvadores. Não houve qualquer tentativa, por mais simples que fosse, de organizar e consolidar o poder da classe operária. A CNT falava como anarquista e atuava como bolchevique, isto é, como capitalista. Com o propósito de dirigir ou de compartilhar a direção, a CNT tinha de se opor à ação direta, à iniciativa autônoma da classe operária e, portanto, de defender a legalidade, a ordem e o governo.

Mas havia outras organizações no campo legalista, que nada tinham em comum, a não ser o fato de lutarem pela hegemonia na direção da classe operária. A cota de poder que eventualmente conquistavam não impedia que lutassem entre si. Às vezes, todas as organizações são obrigadas a cooperar, mas isto apenas significava o adiamento do inevitável ajuste de contas. Um único grupo deve dominar. Enquanto os anarquistas conseguiam « um sucesso atrás do outro », sua posição era continuamente minada e debilitada. A proclamação da CNT, de que não se imporia às outras organizações, nem as combateria, era, na realidade, um desesperado apelo para que não a atacassem, ou seja, o reconhecimento de sua fragilidade. Seguindo a reboque da política capitalista, com seus aliados da Frente Popular, a CNT forçou as massas a escolher seus representantes no campo burguês. Aquele que oferecesse mais teria a melhor chance. O fascismo stalinista tornou-se moda, mesmo na Catalunha. As massas viram no apoio de Moscou a força necessária para afastar Franco e a guerra. Moscou e o governo da Frente Popular significavam o apoio do capitalismo internacional. Moscou ganhou em influência, pois as massas ainda tendiam a favor da continuidade de uma sociedade baseada na exploração. E se mantiveram essa atitude favorável foi porque os anarquistas nada fizeram para esclarecer a situação, isto é, para mostrar que a ajuda de Moscou nada mais significava do que a luta por uma forma de capitalismo, o que só agradava algumas potências imperialistas na medida em que agredia outras.

Os anarquistas tornaram-se publicitários da variante stalinista do fascismo, lacaios dos interesses capitalistas que se opunham a Franco, na Espanha. A revolução converteu-se no parque de diversões das potências imperialistas rivais. As massas deviam morrer sem saber por quê ou por quem. O confronto deixou de ser assunto dos trabalhadores. E, agora, deixou de ser assunto também da CNT. A guerra pode terminar a qualquer momento, mediante acordo entre as potências imperialistas. Pode terminar com a vitória ou a derrota de Franco. Este pode abandonar Itália e Alemanha, aliar-se à Inglaterra e à França, ou aqueles países podem deixar de apoiá-lo. A situação na Espanha pode ser decisivamente alterada pela guerra latente no Extremo Oriente. Há outras possibilidades, além da mais provável de todas: a vitória do fascismo e Franco. Mas – a não ser que os trabalhadores levantem novas barricadas, também contra a república, e ataquem efetivamente o capitalismo – o resultado da luta na Espanha, qualquer que seja ele, não terá qualquer significação real para a classe operária, que continuará explorada e oprimida. Uma modificação da situação militar na Espanha poderia forçar o fascismo stalinista a travestir-se de revolucionário. Mas, do ponto de vista dos operários espanhóis e do mundo inteiro, não há diferenças entre o fascismo de Franco e o fascismo de Stálin, por muitas que sejam as diferenças entre Franco e Stálin.

Se as barricadas se levantarem outra vez, não deverão ser removidas. A palavra de ordem revolucionária para a Espanha é: « Abaixo os Fascistas e abaixo os Legalistas! » Por mais inútil que pareça lutar pelo comunismo, na presente situação mundial, este continua sendo o único caminho para a classe operária. « É melhor seguir o caminho verdadeiro, ainda que pareça inútil, do que desperdiçar energias em falsos atalhos. Ao menos, preservaremos nosso sentido da verdade e da razão a todo custo. Mesmo que seja o custo de sua inutilidade. »

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Os libertários são anarquistas?


O libertário que alegremente se empenhar em expor sua filosofia política, com convicções gloriosas, será quase que certamente encurralado por uma artimanha infalível de um estatista. Se o libertário estiver condenando a educação pública ou os Correios, ou dizendo que a taxação é simplesmente um roubo legalizado, o estatista invariavelmente o desafiará: "Bom, então você é um anarquista?" O libertário estará reduzido a alguma resposta vacilante do tipo "Não, não, é claro que não sou um anarquista". "Bem, então quais medidas do governo você aprova? Quais tipos de impostos você gostaria de impor?" O estatista passou irremediavelmente para a ofensiva e, sem ter uma resposta para a primeira pergunta, o libertário irá entregar os pontos e abandonar sua conjetura.

Para evitar isso, o libertário normalmente irá responder: "Bem, eu acredito em um governo limitado, um governo que esteja limitado a defender a pessoa ou a propriedade ou o indivíduo contra uma violação por força ou fraude". Eu tentei mostrar no meu artigo - "The Real Aggressor", publicado no periódico Faith and Freedom de abril de 1954 - que essa resposta deixa o conservador desamparado quando o argumento "necessário para a defesa" é utilizado para medidas gigantescas de estatismo e carnificina. Há outras conseqüências igualmente, ou mais, graves. Por exemplo, o estatista pode aprofundar ainda mais o argumento: "Se você concorda que é legítimo que as pessoas se agrupem e permitam que o estado force os indivíduos a pagar impostos por um certo serviço - "defesa" -, por que não é igualmente moral e legítimo que as pessoas se agrupem de uma maneira similar e dêem ao estado o direito de fornecer outros serviços - tais como correios, assistencialismo, siderurgia, eletricidade, etc.? Se o estado, com o apoio da maioria, pode fazer um serviço, por que não pode moralmente fazer outros?" Confesso que não vejo uma resposta para essa pergunta. Se é correto e legítimo forçar um relutante Henry Thoreau a pagar impostos a um coercivo monopólio estatal para sua própria "proteção", não vejo nenhuma razão de por que não seria igualmente correto forçá-lo a pagar o estado por quaisquer outros serviços, sejam eles mercearias, instituições de caridade, jornais, ou siderúrgicas. Assim, conclui-se que o libertário genuíno deve advogar uma sociedade onde o indivíduo pode voluntariamente optar por não sustentar nenhuma ou sustentar qualquer agência policial ou judicial que ele julgar ser eficiente e digna de seu patrocínio.

Não pretendo fazer aqui uma exposição detalhada desse sistema, mas apenas responder a pergunta: isso é anarquismo? Essa pergunta aparentemente simples é, na verdade, muito difícil de ser respondida em uma frase, ou com um breve sim ou não. Em primeiro lugar, não existe um significado totalmente consensual para o termo "anarquismo". O cidadão comum pode achar que sabe o que ele significa, principalmente que é algo ruim, mas na verdade ele não sabe. Nesse sentido, o termo se tornou algo parecido com a deplorada palavra "liberal"[*], exceto pelo fato de que esta última traz "boas" conotações para as emoções do cidadão comum. As praticamente insuperáveis distorções e confusões sobre o termo vieram tantos dos oponentes como dos aderentes do anarquismo. Os oponentes distorceram completamente as doutrinas anarquistas e fizeram várias acusações falaciosas; os aderentes se dividiram em inúmeros campos de batalha, seguindo filosofias políticas que são literalmente tão díspares quanto comunismo e individualismo. A situação se tornou ainda mais confusa pelo fato de que, frequentemente, os vários grupos anarquistas não percebiam os enormes conflitos ideológicos entre eles.

Uma acusação muito popular contra o anarquismo é que ele "significa o caos". Se um tipo específico de anarquismo levaria ao "caos" é uma questão de análise; entretanto, nenhum anarquista jamais quis deliberadamente instituir o caos. Na verdade, os anarquistas sempre acreditaram que o estabelecimento do seu sistema iria eliminar os elementos caóticos que perturbam o mundo. Um caso divertido, que ilustra essa concepção errônea, ocorreu depois do fim da Segunda Guerra, quando um jovem entusiasta de um governo único em nível mundial escreveu um livro chamado One World or Anarchy (Um Só Mundo ou Anarquia), e o principal anarquista canadense revidou com um trabalho intitulado Anarchy or Chaos (Anarquia ou Caos).

A grande dificuldade em qualquer análise sobre o anarquismo é que o termo abrange doutrinas totalmente conflitantes. A raiz da palavra é o termo anarche, que significa oposição à autoridade ou a ordens. Essa definição é suficientemente ampla para abranger um conjunto de diferentes doutrinas políticas. No geral, essas doutrinas foram amontoadas em conjunto e definidas como "anarquistas" por causa de sua hostilidade conjunta à existência do estado, esse ente que tem o monopólio coercivo da força e da autoridade. O anarquismo surgiu no século XIX e, desde então, a mais ativa e dominante doutrina anarquista tem sido o "anarquismo comunista". Essa é apenas uma das definições de uma doutrina que também já foi denominada de "anarquismo coletivista", "anarco-sindicalismo", e "comunismo libertário". Podemos chamar esse conjunto de doutrinas associadas de "anarquismo de esquerda". O comunismo anarquista é primordialmente de origem russa, forjada pelo príncipe Peter Kropotkin e por Michael Bakunin, e é essa forma que deu as conotações do "anarquismo" por todo o continente europeu.

A principal característica do anarquismo comunista é que ele ataca a propriedade privada tão vigorosamente quanto ataca o estado. O capitalismo é considerado, "no campo econômico", uma tirania tão perversa quanto o estado, no campo político. O anarquista de esquerda odeia o capitalismo e a propriedade privada com um fervor que talvez seja maior até do que o do socialista ou comunista. Assim como os marxistas, o anarquista de esquerda está convencido de que os capitalistas exploram e controlam os trabalhadores, e que os latifundiários estão invariavelmente explorando os camponeses. A concepção econômica dos anarquistas os coloca frente a um dilema crucial, o pons asinorum[1] da anarquia esquerdista: como que o capitalismo e a propriedade privada podem ser abolidos, enquanto o estado é abolido ao mesmo tempo? Explico: os socialistas proclamam as glórias do estado, e o uso do estado para abolir a propriedade privada - portanto, para eles o dilema não existe. Os comunistas marxistas ortodoxos, que apóiam só da boca para fora o ideal da anarquia esquerdista, resolvem o dilema com o uso da dialética hegeliana: aquele processo misterioso através do qual alguma coisa se converte em seu oposto. Os marxistas iriam aumentar o estado ao máximo para abolir o capitalismo, e então iriam se recostar confiantemente para esperar que o estado "se definhasse até morrer".

A lógica espúria dessa dialética não parece visível para os anarquistas de esquerda, que desejam abolir o estado e o capitalismo simultaneamente. O mais perto que esses anarquistas chegaram de resolver o problema foi apoiar o sindicalismo como o meio ideal. No sindicalismo, cada grupo de trabalhadores e camponeses supostamente deve ser proprietário conjunto dos seus meios de produção, planejando para si próprio e cooperando com as outras comunas. Uma análise lógica desses esquemas mostraria de imediato que todo o programa não faz sentido. Vejamos: pra começar, uma dessas duas coisas iria acontecer: uma agência central iria planejar e dirigir os vários subgrupos, ou as comunas seriam verdadeiramente autônomas. Mas a questão crucial é se essas agências teriam o poder de usar a força para colocar suas decisões em prática. Todos os anarquistas de esquerda concordam que a força é necessária contra os teimosos. Assim, a primeira possibilidade significaria nada mais nada menos que o próprio Comunismo, enquanto que a segunda levaria a um verdadeiro caos de diversos e conflitantes comunismos, o que provavelmente iria levar a algum comunismo centralizado após um período de guerra civil. Assim, o anarquismo de esquerda, na prática, significa ou o comunismo normal ou um verdadeiro caos de sindicatos comunistas. Em ambos os casos, o resultado inevitável é que o estado seria restabelecido, só que com um outro nome. É uma ironia trágica que o anarquismo de esquerda, apesar da esperança de seus entusiastas, não é realmente anarquismo algum. É apenas comunismo ou caos.

Não é de se estranhar, portanto, que o termo "anarquismo" tenha recebido uma conotação ruim. Os principais anarquistas, particularmente na Europa, sempre foram da variedade esquerdista, e hoje os anarquistas estão todos exclusivamente na esquerda. Adicione a isso a tradição de violência revolucionária gerada na Europa, e não haverá surpresa alguma no fato de o anarquismo ter má reputação. O anarquismo foi politicamente muito poderoso na Espanha, e durante a Guerra Civil espanhola os anarquistas criaram comunas e organizações coletivistas que exerciam uma autoridade coerciva. Uma de suas primeiras medidas foi abolir o uso do dinheiro, sendo que quem desobedecesse seria punido com a morte. Parece que o suposto ódio anarquista à coerção foi bem distorcido. E a razão era a insolúvel contradição entre as doutrinas anti-estado e anti-propriedade do anarquismo de esquerda.

Então, como pode ser possível que, apesar de todas as desastrosas contradições lógicas do anarquismo de esquerda, possa existir um grupo altamente influente de intelectuais britânicos que atualmente segue essa escola, incluindo o crítico de arte Sir Herbert Read e o psiquiatra Alex Comfort? A resposta é que os anarquistas, talvez inconscientemente percebendo a desanimadora situação, decidiram rejeitar a lógica e a razão por completo. Eles salientam a espontaneidade, as emoções e os instintos, ao invés da supostamente fria e cruel lógica. Ao fazerem isso, eles podem obviamente permanecer cegos para a irracionalidade de suas posições. De economia - que mostraria a eles a impossibilidade desse sistema - eles são completamente ignorantes, talvez mais até do que qualquer outro grupo de teóricos políticos. O dilema da coerção, eles tentam resolvê-lo com a absurda teoria de que o crime iria simplesmente desaparecer se o estado fosse abolido, de forma que nenhuma forma de coerção teria que ser usada. A irracionalidade de fato permeia quase que todas as idéias dos anarquistas de esquerda. Eles rejeitam o industrialismo e a propriedade privada, e tendem a favorecer um retorno ao artesanato puro e às simples condições camponesas da Idade Média. Eles são fanaticamente a favor da arte moderna, a qual eles consideram "anarquista". Eles têm um ódio profundo ao dinheiro e ao progresso material. Viver como um simples camponês, nas comunas, é exaltado como "viver uma vida anarquista", ao passo que uma pessoa civilizada é supostamente um burguês cruel e opositor da anarquia. Assim, as idéias dos anarquistas de esquerda se tornaram uma mixórdia absurda, bem mais irracional do que aquelas dos marxistas, e merecidamente olhadas com desprezo por quase todos, e consideradas irremediavelmente "malucas". Infelizmente, o resultado disso é que as boas críticas que eles às vezes fazem à tirania do estado também tendem a ser consideradas "malucas".

Logo, considerando que esses anarquistas são os tipos predominantes, é óbvio que a pergunta "os libertários são anarquistas?" deve ser respondida com um não resoluto. Estamos em pólos completamente opostos. Entretanto, a confusão ocorre por causa da existência, no passado, particularmente nos EUA, de um pequeno, porém brilhante, grupo de "anarquistas individualistas" liderados por Benjamin R. Tucker. Agora estamos falando de uma classe diferente. Os anarquistas individualistas fizeram grandes contribuições para o pensamento libertário. Eles forneceram algumas das melhores declarações sobre o individualismo e o anti-estatismo já escritas. Na esfera política, os anarquistas individualistas eram, em geral, sólidos libertários. Eles defendiam a propriedade privada, louvavam a livre concorrência, e se opunham à todas as formas de intervenção governamental. Já politicamente, esses anarquistas ao estilo Tucker tinham dois defeitos fundamentais: (1) eles não defenderam a posse privada da terra além daquela parte que o proprietário usava pessoalmente; (2) eles confiavam muito nos júris e, assim, foram incapazes de perceber a necessidade de um corpo de leis constitucionais libertárias as quais os tribunais privados teriam que defender.

Entretanto, para contrastar com essas pequenas falhas políticas, eles cometeram atrozes erros econômicos. Eles acreditavam que os juros e os lucros eram exploradores, devido a uma suposta restrição artificial da oferta monetária. Assim, eles acreditavam que se o estado e suas regulamentações monetárias fossem removidos, e um sistema bancário totalmente livre fosse estabelecido, todos iriam imprimir a quantidade de dinheiro que fosse necessária, e os juros e os lucros iriam cair a zero. Essa doutrina hiperinflacionária, adquirida do francês Proudhon, é economicamente absurda. Devemos lembrar, no entanto, que a ciência econômica "honorável", a tradicional, desde aquela época tem sido permeada de erros inflacionistas, e pouquíssimos economistas compreenderam a essência dos fenômenos monetários. Os inflacionistas simplesmente pegam o mais suave dos inflacionismos presentes na ciência econômica da moda e corajosamente o expandem até sua conclusão lógica.

A ironia dessa situação é que, enquanto os anarquistas individualistas davam grande ênfase às suas teorias ilógicas sobre o sistema bancário, a ordem política que eles defendiam iria gerar resultados econômicos diretamente contrários aos que eles queriam. Eles pensavam que um sistema bancário totalmente desregulamentado levaria a uma expansão indefinida da oferta monetária, sendo que a verdade é precisamente o oposto: levaria a um "hard money"[2] e à ausência de inflação. As falácias econômicas dos seguidores de Tucker, no entanto, são de uma ordem completamente diferente daquela dos anarquistas coletivistas. Os erros dos coletivistas os levaram a praticamente advogar o comunismo, ao passo que os erros econômicos dos individualistas ainda os permitiram advogar um sistema quase libertário. Uma análise mais superficial pode facilmente levar a uma confusão entre os dois sistemas, porque os individualistas foram levados a atacar os "capitalistas", os quais eles pensaram estar explorando os trabalhadores através da restrição da oferta monetária praticada pelo estado.

Esses anarquistas "de direita" não caíram na bobagem de dizer que o crime iria desaparecer em uma sociedade anarquista. Entretanto, eles realmente tendiam a subestimar o problema da criminalidade e, como resultado, nunca reconheceram a necessidade de uma constituição libertária permanente. Sem uma constituição desse tipo, o processo judiciário privado poderia se tornar realmente "anárquico", no sentido popular do termo.

A ala anarquista que era seguidora de Tucker prosperou no século XIX, mas foi desaparecendo até a Primeira Guerra Mundial. Muitos pensadores daquela Era Dourada do liberalismo estavam trabalhando em doutrinas que eram similares em muitos aspectos. Esses libertários genuínos, no entanto, nunca se referiram a si próprios como anarquistas; a razão principal disso provavelmente era o fato de que todos os grupos anarquistas da época, mesmo os de direita, tinham doutrinas econômicas socialistas em comum.

Aqui devemos observar que há ainda uma terceira variedade do pensamento anarquista, uma que é completamente diferente tanto dos coletivistas quanto dos individualistas. Trata-se do pacifismo absoluto de Léon Tolstoy. Esse tipo de anarquismo advoga uma sociedade na qual a força não seria usada nem para defender o indivíduo e a propriedade, seja através do estado ou através de organizações privadas. Essa idéia da não-violência influenciou muitos dos supostos pacifistas atuais, principalmente através de Gandhi, mas esse último não percebeu que não pode haver um completo e genuíno pacifismo a menos que o estado e outras agências de defesa sejam eliminados. Esse tipo de anarquismo, mais do que todos os outros, baseia-se em uma visão excessivamente idealista da natureza humana. Ele só poderia funcionar em uma comunidade de santos.

Devemos então concluir que a pergunta "os libertários são anarquistas?" simplesmente não pode ser respondida em bases etimológicas. A imprecisão do termo é tal que o sistema libertário seria considerado anarquista por algumas pessoas e arquista por outras. Por isso, devemos recorrer à história em busca de iluminação; e aí descobriremos que nenhum dos declarados grupos anarquistas corresponde a uma posição libertária, e que mesmo os melhores deles têm elementos irrealistas e socialistas em suas doutrinas. Além disso, descobriremos que todos os atuais anarquistas são coletivistas irracionais, estando portanto em pólos opostos aos nossos. Assim, devemos concluir que nós não somos anarquistas, e que aqueles que nos chamam de anarquistas não se baseiam em uma etimologia séria, e estão historicamente errados. Por outro lado, fica claro que também não somos arquistas: não defendemos a criação de uma autoridade central tirânica que irá coagir tanto os não-agressores como os agressores. Talvez, então, devemos nos classificar com um termo novo: não-arquistas. E, então, quando estivermos no combate e o inevitável desafio "você é um anarquista?" surgir, poderemos, talvez pela primeira e última vez, nos darmos ao luxo de "ficar em cima do muro" e dizer: "Senhor, eu não sou nem anarquista e nem arquista; estou me equilibrando em cima de um muro não-arquista".

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[*] Nos EUA, o termo "liberal" tem a conotação de social-democrata.

[1] Um problema que testa severamente a capacidade de uma pessoa inexperiente. [N. do T.]

[2] Dinheiro na forma de moedas de ouro e/ou lastreado 100% em ouro (ou prata). [N. do T.]



Murray N. Rothbard (1926-1995) foi um decano da Escola Austríaca e o fundador do moderno libertarianismo. Também foi o vice-presidente acadêmico do Ludwig von Mises Institute e do Center for Libertarian Studies.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Osama Bin Laden Está Morto... De Novo!

Osama Bin Laden morreu? Se política fosse uma matéria escolar, e decidissem condensá-la em uma única frase para que pudesse ser ensinada até para a mais lenta - mentalmente falando - criança, com certeza o trabalho seria um plágio do que escreveu Oscar Wilde em seu "Pena, Pincel e Veneno". De tudo o que poderia ser dito a respeito de todas as facetas da política nada a descreve de melhor forma do que a frase: "A vida imita a arte mais do que a arte imita a vida"; vejamos.

Em 1989 dois funcionários de uma grande empresa de seguros descobrem uma fraude que estava sendo perpetrada. Através de meios escusos e ilegais, U$ 2.000.000,00 de dólares haviam sido desviados, assim que tem a chance os dois, Larry Wilson e Richard Parker, vão falar com o chefe da empresa, Bernie Lomax, que aturdido com a notícia pede que os dois o encontrem durante o fim de semana, de forma confidencial, para ver as evidências e tomar as devidas providências. O que os dois funcionários não sabiam era que Lomax estava envolvido na fraude e decide contratar um assassino para matar ambos. O pedido foi feito para uma das figuras mais proeminentes da máfia, conhecido pelo apelido de Vito. O problema é que Vito tinha uma namorada, e mesmo que não a amasse era muito possessivo, e ele estava desconfiado dela, chegando a mandar um de seus capos para segui-la. Num desses deslances que apenas a vida tem, a namorada do chefão tinha um caso com Lomax, e assim o assassino que seria enviado para matar Wilson e Parker recebe a ordem de matar o próprio Lomax. Assim que chega a data em que a reunião para discutir a fraude, Wilson e Parker vão para a casa de Lomax o encontram no sofá, e acham que ele, Lomax, está dormindo; mal sabem que o assassino Paulie já havia chegado e feito seu serviço. Quando descobrem que Lomax está morto os dois discutem o que deve ser feito: irem à polícia? perderem o fim de semana tentando explicar algo que não sabem na delegacia em meio a horas de depoimento? A conversa termina quando vários amigos de Bernie chegam e começam a interagir com ele, espantosamente, ninguém percebe que ele está morto.

Essa história aparece em um dos melhores filmes do final da década de 1980, entitulada no Brasil "Um Morto Muito Louco!"

Seguindo o paralelo de Wide, de que a vida imita mais a arte do que a arte a vida, vejamos o que acontecia no mundo 12 anos depois da estréia deste filme que faturou mais de U$70.000.000,00 milhões, apenas nas bilheterias.

Dia 26 de dezembro de 2001- vol. 15 no. 4633 - o jornal egípcio al-Wafd trazia a notícia:



caso não esteja familiarizado com a língua nativa, segue a tradução:

"Islamabad-Paquistão.

Um importante oficial do movimento afegão Talibã anunciou ontem a morte de Osama Bin Laden, o líder da organização Al-Qaeda. Ele disse, Bin Laden sofre graves complicações no pulmão e faleceu serenamente de morte natural. O oficial, que exigiu o anonimato, disse ao jornal ´The Observer of Pakistan`, que ele próprio estava presente ao enterro e ele tinha olhado sua face antes do enterro em Tora Borá, há 10 dias. Ele disse que 30 companheiros de sua Al-Qaeda estavam no enterro, assim como membros de sua família e alguns amigos do Talibã. Na cerimônia de encerramento para o descanso final, foi realizada uma salva de tiros. O oficial ainda disse que seria difícil achar o local exato da cova, pois de acordo com a tradição wahhabista nenhuma marcação indica o local. Ele salienta, seria improvável que os militares americanos encontrassem um dia apenas uma única pista de Bin Laden."

Uma notícia como esta deveria por um ponto final à busca do recém declarado inimigo público número 1 da humanidade. Responsável pelo recente ataque terrorista aos Estados Unidos no dia 11 de setembro do mesmo ano. Mas por algum motivo essa notícia passou desapercebida. Claro, todos sabiam que Bin Laden era um homem doente, não doente no sentido de quem enche a cara e transa com a irmã e depois filma e põe no YouTube, mas doente no dentido de quem tem hepatite C e inúmeros outros problemas renais e hepáticos. Doente no sentido de precisar regularmente de tratamentos e hemodiálise. Todos sabiam disso não por ouvirem falar que um vizinho de um amigo da vizinha do cozinheiro do restaurante que o cunhado da sua irmã frequentam tinham ouvido falar, mas de matérias publicadas em inúmeros periódicos que acompanharam suas andanças nos anos anteriores ao atentado americano, quando o objetivo dos jornais era dar notícias sérias sobre o líder de um grupo árabe e não de um pop star. A lista de hospitais que tratou de Osama era extensa, inclusive um hospital norte-americano, ou estadunidense se preferir, em Dubai, onde esteve internado no dia 4 de Julho de 2001, sendo tratado com medidas emergenciais e com um aparelho de hemodiálise, como foi publicado pelo jornal The Guardian no dia 11 de novembro de 200, claro que como uma pessoa popular ele não ficaria sozinho lá, recebeu a visita de muitos amigos, inclusive o chefe da sessão local da CIA, amigo dele desde a época que trabalhou para a CIA, usando o nome Tim Osman, mas lutas contra os soviétcios no Afeganistão. O tratamento do hospital surtiu efeitos e um tempo depois Bin Laden teve alta.

Mas algum tempo depois, precisamente no dia 10 de setembro de 2001, Bin Laden foi levado a um novo hospital militar, em Rawalpindi, no Paquistão, para se submeter a uma nova diálise. Ele foi escoltado por soldados paquistaneses e os funcionários da clínica foram substituídos por pessoas de confiança (como foi esclarecido pela CBS). Se esse fosse um artigo sobre os horrores do 11 de Setembro (não a data, mas o evento, por isso o Setembro com maiúscula), o texto que se seguiria seria: "não é curioso que justamente no dia do ataque terrorista contra o Satã Branco, Bin Laden estivesse sob a custódia dos militares paquistaneses? Não é de arrepiar os pêlos da nuca que sete dias antes dos atentados e sete dias depois, o general Mahmoos Ahmed, a.k.a. chefe do serviço secreto paquistanês, estivesse em Washington, conversando com o Concelho de Segurança Nacional no que havia sobrado do Pentágono, com Marc Grossman, a.k.a. vice-secretário de estado para assuntos políticos, e com o diretor da CIA?" (http://www.karachipage.com/news/Sep_01/091001.html). Mas como este texto é sobre outro aspecto da "vida" de Bin Laden ele continuará da seguinte forma: isso significa que o governo americano, o governo paquistanês, assim como muitos outros, sabiam onde estava Bin Laden na época do acidente, e mais ainda, sabiam que ele estava de cama, e sob custódia. E depois de terminado o tratamento a que se submeteu ele voltou para o Afeganistão.

No dia 17 de setembro de 2001 ele ainda estava vivo, a emissora de TV Al Jazeera publicou uma notícia de Bin Laden sobre o 11/9 onde ele se vangloriava dizendo: “O governo dos EUA me culpa continuamente por cada um dos ataques. Eu gostaria de assegurar ao mundo, eu não planejei estes ataques, que parecem ter sido planejados por outras pessoas por motivos pessoais. Eu vivo no emirado islâmico Afeganistão e sigo as regras de seus governantes. Os governantes atuais não me permitem executar tal operação”. Bem, isso pode não ser exatamente se vangloriar, mas a CNN cobriu essa notícia. E ainda vivo ele fretou o avião que retirou, no dia 19 de setembro, todos os seus parentes de solo americano. Curiosamente todo o tipo de tráfego aéreo estava proibido nos EUA, mas esse avião recebeu uma permissão da Cas Branca para decolar, e para evitar constrangimentos, nenhum membro da família Laden foi interrogado durante a decolagem, como podemos ver no People's Daily Online.

Durante os meses que se seguiram, o embaixador do Talibã no Afeganistão dizia que bastava que os EUA apresentassem qualquer evidência da participação de Bin Laden na catástrofe americana que eles o extraditariam. Claro que para extraditar alguém, você deve ter acesso a essa pessoa, o problema é que como provas nunca foram apresentadas, Bin Laden continuou lá no Afeganistão, com seu fígado indo pro saco, seus rins falhando, e precisando de seus tratamentos. Podemos ver em uma de suas últimas fotos antes de Setembro de 2001 como ele estava fisicamente.

A ultima vez que se comunicou com seus comandos no Afeganistão foi no dia 15 de Dezembro de 2001. E então no dia 26 de Dezembro vem a notícia do jornal Egípcio. BUM ele havia morrido. Fim de papo.

Claro que não podemos afirmar que Bin Laden tenha de fato morrido em dezembro de 2001, afinal não podemos confiar apenas em notícias de jornais que nem traziam fotos, certo? Mas algumas personalidade da época tinham suas opiniões a respeito:

O presidente paquistanês Musharraf declarou, de acordo com a CNN que: “Eu acredito que muito provavelmente Bin Laden está morto, pois ele não poderia ser continuamente tratado de sua insuficiência renal”.

O presidente afegão Karsai, ainda de acordo com a CNN, disse: “Osama Bin Laden está provavelmente morto, mas o antigo chefe talibã Mullah Omar está ainda vivo”.

Já a BBC publicou que o diretor do departamento anti-terror do FBI, Dale Watson afirmou que “Eu acredito que Bin Laden esteja morto”.

O chefe-redator da londrina Arab News Magazine escreveu: “Nós publicamos o último desejo de Bin Laden, que foi escrito no final de 2001 e mostrá-lo deitado prestes a morrer ou já morto”.

O serviço secreto israelense: “Nós não vemos Bin Laden como um perigo e ele não está em nossa lista” (Janes) e ainda “Bin Laden morreu provavelmente na ocasião dos ataques dos norte-americanos em dezembro de 2001. O aparecimento de novas notícias e fotos são provavelmente uma fabricação”.

Mas então a vida resolveu imitar a arte, e, espantosamente, ninguém percebeu que ele morreu, e para deixar tudo mais divertido ofereceram uma recompensa de U$ 25.000.000,00 de dólares para quem o capturasse. De fato se ele estivesse vivo a recompensa não seria tão alta, porque não deve ser difícil capturar uma pessoa doente, correndo para cima e para baixo ligada em uma máquina de hemodiálise. Claro, se ele estivesse morto a recompensa poderia ser um valor mais alto - se pensarmos que o jogador português Cristiano Ronaldo tira 12.000.000€ por ano podemos iniciar um debate sobre economia e valores de recompensas, mas não vamos nos dispersar - mas isso traria um problema: e o que seria feito da Guerra Contra o Terror? E todos aqueles poços de petróleo largados naquela terra esquecida por Deus? Precisamos que Bin Laden se torne o novo Morto Muito Louco, e como Bernie no filme, arranjaram uma maneira de fazer ele dançar e se divertir e assustar as pessoas: deixarem ele gordo e negro! (lembre-se, eles não tinham como encontrar o corpo para fazê-lo se requebrar como o filme), e aparentemente a idéia deu certo, nos vídeos que surgiram ninguém notou a diferença entre esses homens, os da esquerda Bin Laden, o da direita o Morto Muito Louco:



Você nota a diferença? no andar de cima um Morto Muito Louco rejuvenescido, barba preta, cara bronzeada, no de baixo um Bin Laden parecido com um Papai Noel africano. De fato é quase impossível diferenciar do homem da esquerda, por isso tanta gente nunca questionou a diferença entre os dois homens.

Claro que eventualmente alguém perceberia que por mais que árabes barbudos fossem parecidos aqueles homens não eram o mesmo. O próprio filho de Bin Laden, quando viu os primeiros vídeos declarou que aquele homem não poderia ser seus pai. Assim recebemos fitas de vídeo de Bin Laden em:

- 17 de setembro de 2001: dizendo que não tinha nada a ver com a atentado.

- 7 de outubro de 2001: dizendo que a América havia sido atingida por Allah e agradecendo a Deus que os seus prédios mais gloriosos haviam caído - com certeza Deus não conhece Las Vegas.

- 3 de Novembro de 2001: Onde fala mal do Ocidente, da ONU, de Israel e da guerra santa.

- 13 de Dezembro de 2001: Osama bate papo com um amigo, contando do atentado e dos mártires enquanto o amigo fica falando Deus é Grande, esse era um vídeo informal e ganhou uma tradução da Casa Branca para os americanos que não falavam árabe, os que falavam, junto com outros tradutores de línguas orientais disseram que a tradução da Casa Branca errada e de certa forma manipuladora, inclusive as partes em que Bin laden descreve os detalhes do atentado a legenda não era fiel ao que estava sendo dito, nem de perto. Alguns árabes inclusive disseram que existem partes do vídeo onde não podemos sequer ouvir o que está sendo dito, mas que possuem legendas claras.
Já neste vídeo Bin Laden está completamente diferente do primeiro, onde diz que não tem nada a ver com o atentado.

- 27 de dezembro de 2001 - O morto muito louco já fala de como o terrorismo cntra a américa é algo louvável.

Ai acharam que seria abusar da sorte continuar mostrando um Bin Laden bizarro e de repente temos fitas de audio.

- 12 de novembro de 2002: fita encontrada e ninguém conseguiu confirmar que a voz era de Bin Laden.

- 12 de fevereiro de 2003: surge uma transcrição de uma mensagem de Bin Laden.

- 10 de setembro de 2003: uma fita de vídeo antiga mostra O Morto Muito Louco escalando uma montanha e tendo a inspiração de explodir as torres gêmeas.

- 29 de outubro de 2004: numa dessas coincidências do mundo, logo antes das eleições que reelegeram George Bush, o melhor exemplo do que é um ser americano para os americanos, surge uma fita de vídeo com 18 minutos onde O Morto Muito Louco faz um discurso justamente para o povo americano, onde ele fala dos 19 pilotos que sequestraram o avião e explica porque curtia fazer aquele tipo de coisa. Alguma causa misteriosa fez os americanos, depois de ouvirem essa fita, votarem em Bush de novo, que prometeu continuar caçando O Morto Muito Louco, outra ponto interessante é que neste vídeo O Morto Muito Louco fala de um lugar em especial: o iraque! Isso fez Bush começar um discurso estranho que dizia que por isso o Iraque era amigo do terror e inimigo dos EUA.

- 19 de janeiro de 2006: fita de Audio onde Bin Laden de novo conversa com os americanos.

- 23 de abril de 2006: partes de uma fita de audio onde O Morto Muito Louco fala que é culpa do ocidente a cruzada Sionista contra o Islam.

- 23 de Maio de 2006: uma gravação de audio de 5 minutos onde O Morto Muito Louco fala que escolheu pessoalmente os sequestradores.

- 30 de junho de 2006: um site islâmico postou um novo vídeo de 19 minutos do Morto Muito Louco, mas desta vez era uma foto dele estática com uma gravação de uma mensagem de voz.

- 14 de Julho de 2007: Um vídeo com menos de um minutos, os especialistas dizem qeu aparentemente era reaproveitamento de filmagem antiga e não pode ter a veracidade comprovada.

- 7 de setembro de 2007: uma fita de vídeo fresquinha, mostrando o Morto Muito Louco falando de coisas atuais, finalmente, como aquecimento global, o presidente da frança e como a guerra contra o terror era ruim, mas por causa de um probleminha, ele apenas se move por alguns instantes, permanecendo aimagem congelada enquanto ele fala pelo restante do tempo. Como no filme, sempre que queriam mostrar que Bernie estava vivo o colocavam em uma fila de Conga ou alguma outra dança divertida, este vídeo teve o efeito de, apesar da imagem comprometida e da imagem de Bin Laden ser diferente do original, fazer as pessoas verem que, como Bernie dançando, ele ainda estava vivo.

- 11 de setembro de 2007: comemorando 6 anos do atentado que disse que não realizou, O Morto Muito Louco produz outro vídeo, curiosamente os primeiros 14 minutos trazem apenas uma voz falando, para todos terem certeza que era Bin Laden colocaram de fundo uma fotografiazinha dele no centro da imagem.

- 20 de setembro de 2007: outra fita de audio, nela o Morto Muito Louco fala como vai derrubar o presidente Pervez Musharraf.

- 22 de outubro de 2007: fita de audio onde o Morto Muito Louco pede que o povo do Iraque se una e se rebele.

- 29 de novembro de 2007: fita de audio pedindo para o povo da europa parar de se meter nas guerras do Afeganistão.

- 29 de Dezembro 2007: mais uma fita de audio.

- 19 de março de 2008: fita de audio.

- 20 de março de 2008: mais uma fita de audio onde o Morto Muito Louco pede pros mulçumanos apoiarem o iraque.

- 16 de maio de 2008: mais audio, falando que está triste com todo esse papo de Israel.

- 18 de maio de 2008: nova fita de audio.

- 14 de Janeiro de 2009: novo audio pedindo uma Jihad contra israelitas na faixa de Gaza.

- 3 de junho de 2009: um novo audio onde o Morto Muito Louco fala mal do Osama.

- 13 de setembro de 2009: novo audio.

- 25 de setembro de 2009: finalmente um vídeo do Morto Muito Louco, mas infelizmente ele não dança, é apenas uma imagem fixa dele com um pronunciamento gravado.

- 10 de janeiro de 2010: audio onde o Morto Muito louco diz que é o responsável pela tentativa de bombardear de Umar Farouk Abdulmutallab.

- 29 de janeiro de 2010: nova fita de audio, O Morto Muito Louco fala pra todo mundo parar de comprar produtos americanos por causa da maneira irresponsável que tratam do clima do planeta.

- 25 de março de 2010: novo audio falando que a execussão de Khalid Sheik Mohammed iria resultar na morte de americanos e mais americanos.

- 1 de outubro de 2010: novo audio. O Morto Muito Louco explica em 11 minutos como evitar futuras enchentes no Paquistão.

- 2 de outubro de 2010: novo audio, pedindo ajuda aos afetados pelas enchentes do Paquistão.

- 27 de outubro de 2010: novo audio. O Morto Muito Louco está louco da vida com o exército francês no Afeganistão e pede para eles sairem.

- 11 de janeiro de 2011: novo audio, quando o Morto Muito Louco negocia reféns franceses.

Além de ninguém parecer notar as diferenças da aparência nos vídeos que ele se mexe, nenhuma fita de audio foi comprovada como sendo autêntica, ou ao menos a voz sendo autêntica. Houve uma época, inclusive, que algumas pessoas começaram a acusar a al-Jazeera de tentar sobreviver às custas de produzir novas fitas de Bin Laden para vender para os meios de comunicação, mas deixemos isso para lá.

Nós sabemos que Hollywood é exigente, e o sucesso de bilheteria do primeiro filme deu origem a uma sequência em 1993: Um Morto Muito Louco II, que trazia como subtítulo a frase " Bernie voltou... e continua morto!" E da mesma forma Bin Laden, depois de 2001, voltou... e continuava morto.

Dia 2 de novembro de 2007 David Frost entrevistou na TV Al-Jazeera a antiga chefe de governo e líder da oposição do Paquistão Benazir Bhutto. Durante a entrevista Bhutto diz: "Ele também possuia ligação com Omar Shaik, o homem que assassinou Osama Bin Laden". O vídeo está aqui, e a parte interessante é entre 2:10 e 2:30. Claro que como no filme ninguém percebia que Bernie estava morto, esse tipo de declaração passava batido, os que prestaram atenção ainda disseram que ela se enganou, disse Osama Bin Laden ao invés de dizer "Daniel Pearl", nomes bem parecidos de fato, qualquer um confundiria. Essa segunda morte de Bin Laden passou desapercebida por muita gente, e claro que Benazir Bhutto poderia esclarecer a dúvida se ela não tivesse sido assassinada em dezembro do mesmo ano, pouco mais de um mês depois da declaração.

Dia 27 de Abril de 2007 o presidente paquistanês Asif Ali Zardafi declarava: "Nosso reconhecimento acredita que ele esteja morto”. Um ano depois da declaração de Bhutto o ex diretor da CIA, Robert Baer, falou em uma rádio, no dia 2 de outubro de 2008: “Mas é claro que Bin Laden está morto!”

Então a pergunta a se fazer é: qual o enteresse em se livrar justo agora deste peso morto? Que necessidades atende revelar ao mundo que somente agora faz-se necessario declarar a morte do "terrorista" mais procurado do mundo? Por que não continuar com a mentira? Olhemos para trás para depois tentar olhar para frente: se Osama teve algo a ver com o 11 de Setembro, então os EUA o deixaram escapar mancando da época em que esteve no hospital, também por algum motivo liberou sua família do pais quando nenhum avião podia. Se Osama não morreu em 2001 ele foi um doente especialmente difícil de ser capturado. Agora imaginemos que ele não tenha tido nada a ver com 11 de Setembro, como declarou em vídeo, mas estivesse vivo. Como os EUA poderiam criar a Guerra Contra o Terror? Por que Osama, o magro, abatido e caucasiano, não o bronzeado, gordinho e de barba tingida, não desmentiria constantemente aquilo? Agora suponha que Osama estivesse doente, indo de um hospital para o outro. Os EUA precisavam de um bode expiatório. Se Osama estivesse nas últimas e garantisse que sua família estaria segura longe dos EUA, que mal seria ser esse bode expiatório? Graças a ele os EUA finalmente conseguiram entrar em uma nova Guerra, conseguiram congelar e confiscar bens ao redor do mundo, conseguiu impor uma nova lei para todos, e conseguiu se tornar um pais digno de pena. Os EUA conseguiram chamar mais atenção do que os paises assolados pelo Tsunami de 2004, pelos desastres naturais desde então e mesmo agora com o Japão tentando se reerguer sem brilhar no escuro eles conseguem ser motivo de celebração. Quando O Morto Muito Louco começou a enviar vídeos tirando sarro dos EUA, deu motivo para invadirem o Iraque e ainda matar Saddam Hussein, já que falava bem do Iraque e o tinha como aliado. Ainda serviu de desculpa para que as tropas americanas permanecessem no afeganistão, matando crianças e tirando fotos segurando os corpos, protegendo campos de papoulas (o talibã é absolutamente contra o consumo de ópio) e tentando resolver problemas que não existiam antes delas chegarem lá. O Morto Muito Louco reelegeu Bush. O Morto Muito Louco conseguiu que somas incríveis de dinhiero continuassem a ser movimentadas para longe de coisas secundárias como educação, saúde, etc. Agora vamos jogar isso para frente, para o futuro, e especular.

A resposta rápida é a reeleição de Obama, que fez questão de deixar claro que uma das metas principais de seu governo era acabar com Osama. Com este feito talvez o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos tenha garantido mais alguns anos no poder com uma possivel reeleição em 2012. Mas talvez o buraco seja mais fundo do que uma plataforma de petróleo consiga cavar. A morte de Bin Laden por um lado angariou respostas positivas de várias nações do mundo (incluindo China e Russia) em unir esforços na luta definitiva conta o Terror. O lider líbio Kadafi está na mira de muitas pessoas, talvez Osama consiga um livre conduto para que o matem como mataram Saddam, um ditador a menos, e um pais sem direção a mais, esperando que alguém assuma o controle. Ao mesmo tempo a morte oficial faz de Osama Bin Laden um mártir e certamente vai encorajar uma nova onde de atentados vindos do mundo islamico, justamente na hora em que assitiamos a “Primavera Árabe” pela democracia. Ou ainda pior, certamente pode ser usada como cobertura a certas operações que podem ter terroristas árabes vingativos como um novo bode expiatório. Matem alguém! Foram os terroristas putos com a morte de Osama. Vamos mudar a Estátua da Liberdade, essa enjoôu! Explodam e culpem terroristas retaliando... O que estamos vendo é a polarização cada vez maior de um mundo entre Ocidente e Islam. A quem interessa essa polarisação é uma resposta que só o futuro poderá nos dar. Ou a arte, alguns anos atrás.


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Caiu na rede é PIXEL!
Fonte:mortesubta.org

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Todos contra o nazi-fascismo. URGENTE!

Esse mês,deveria-se comemorar o fim da segunda guerra mundial,pois no dia 8 de Maio de 1945,as tropas soviéticas,com apoio dos "aliados",EUA e Inglaterra,conseguem a rendição total de todas as forças(aérea,marinha e terrestre)controladas pelo nazismo alemão,que seria,enfim,oficialmente anunciado,pelo locutor radio do Reich,em 9 de Maio.
Mas essa ideologia de ódio,intolerância e genocída,não desapareceu,e tem-se mostrado publicamente,usando "maquiagens" e até mesmo,contando com a negligência da "justiça",em determinadas situações.O que é um desacato à sociedade,posto que o estado deve (ou pelo menos deveria) coibir ações de organizações descaradamente vinculados a essa ideologia.
Contudo,vejamos o que está acontecendo em São Paulo:
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"A manifestação dos neonazistas pró-Bolsonaro em São Paulo-parte 1"





"A manifestação dos neonazistas pró-Bolsonaro em São Paulo-parte 2





Se após assistir a esse vídeo,e não considerar a hipótese de que estamos correndo um sério perigo;de ideias autoritarias e intolerântes estarem ganhando força e representação em esferas mais organizadas da sociedade,estaremos dando oportunidade para que esse tipo de gente cheguem ao poder,e quiçá tomem-o(isso não é impossível).

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Dia 9 de Maio,às 17 horas,estaremos nos concentrando no vão livre do MASP,para exigir uma medida urgênte das autoridades competentes,quanto a situação que estamos presenciando no nosso dia a dia.Não queremos mais ser-mos vítimas de grupos que já são de conhecimento do DECRADI-SP,possuem inentificação TATUADA no corpo,a maioria tem passagem por crimes de ódio e intolerancia e continuam impunes,não só,mas também "organizando manifestações" em APOIO ao deputado Jair Bolsonaro.(Será que ele não sabe,também,da existência desses grupos?)
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Liberdade de expessão?(Av:paulista-SP 30/04/2011 )

A luta antifascista é mais do que necessária;obedecemos a uma ordem injusta,aplicada de maneira inrresponsavel,protegendo uma elite governista e "empreendedora",que monopolizam não só a "justiça",mas também a violência,os setores privados(com suas cargas tributárias estúpidas),e até mesmo sobre a sua individualidade (não cumprindo o artigo quinto,onde diz que todo cidadão tem direitos e deveres iguais,e direito a propriedade).Até quando irão se sujeitar a essa submissão,senhoras e senhores?


Mina Ahadi pede que Dilma critique regime de Ahmadinejad Abril 30, 2011



Entrevista – Mina Ahadi
QUEM É




Nascida em Abhar, no Irã, Mina Ahadi tem 54 anos. Casada pela segunda vez (o primeiro marido foi condenado à morte no Irã), tem duas filhas. Vive em Colônia, na Alemanha.
O QUE FAZ
Preside o Comitê Internacional contra o Apedrejamento. É integrante do banido Partido Comunista do Irã e fundou um conselho para ex-muçulmanos na Alemanha
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Revista– Como está Sakineh na prisão? A senhora consegue falar com ela?
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Mina Ahadi – Não. Meu trabalho é muito vigiado, e mesmo os parentes dela temem falar comigo. Mas sei, por eles, que Sakineh sofre de depressão, pois não sabe, afinal, o que vão fazer com ela. Tem medo de ser executada. O regime disse que poderia ser libertada se ela colaborasse com a polícia secreta, mas Sakineh continua em perigo. A Justiça ainda não suspendeu a sentença de apedrejamento. O processo está como nos primeiros dias. Então, tudo é possível. Eu temo por ela porque todas as ações mundo afora ainda não foram capazes de salvá-la.
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Revista – A senhora acha que Sakineh foi esquecida pela mídia, especialmente depois dos levantes no mundo árabe?
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Mina – Sim. Hoje pouco se fala sobre ela. Isso é um problema. Ela não pode ser esquecida. Mas as revoluções árabes podem ser uma grande ajuda para Sakineh. É um movimento contra governos ditatoriais, contra as violações a direitos individuais. Os iranianos aprenderam muito com esses levantes, e esperamos que isso leve à queda o regime no Irã.
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Revista – A presidente Dilma Rousseff já afirmou que não vai tolerar “práticas medievais”, como o apedrejamento. A senhora acha que ela pode ajudar na libertação de Sakineh?
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Mina – Dilma até agora tem uma política melhor que a de Lula, mas pode fazer mais. Pode ajudar mais ativamente as mulheres e outras vítimas do Irã. E pode também criticar pública e abertamente o regime iraniano. Há mais de 30 anos pessoas são apedrejadas, e mulheres não têm direitos. Mesmo assim, Lula chamava Ahmadinejad de amigo e nunca disse uma palavra sobre as barbaridades do regime. Tenho mais esperanças com Dilma. Pedi à organização do fórum para falar com ela (o governo confirmou apenas uma audiência com a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário). É uma boa oportunidade de informá-la sobre o que acontece com as mulheres no Irã. Os brasileiros têm de nos ajudar a construir um futuro secular.
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Revista– O caso de Sakineh é o mais famoso internacionalmente, mas quantos outros estão na mesma situação dela no Irã e em outros países?
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Mina – Temos uma lista, organizada pelo próprio Comitê contra o Apedrejamento, de 150 homens e mulheres que já morreram apedrejados no Irã. Hoje há 24 mulheres e dois homens que correm o risco de ser executados dessa maneira no país. Não temos informação precisa sobre casos de apedrejamento nos outros países, como Afeganistão, Paquistão, Iraque, Sudão, Nigéria e Emirados Árabes. Mas o Irã é o mais agressivo na determinação dessa sentença. Nossa luta no caso de Sakineh ao menos serviu para mostrar ao mundo o horror do apedrejamento. Um dia vamos pôr fim a isso.