terça-feira, 12 de outubro de 2010
10 motivos para não VOTAR:
Eis os dez principais motivos a ter em conta, para não votar:
1. A reforma é a maior inimiga da revolução e o sistema eleitoral é a essência do reformismo. O acto de votar dá uma impressão de participação e de mudança, e no entanto ele revela-se como a espinha dorsal de uma sociedade baseada na alienação e no aborrecimento. O acto de votar distrai-nos do verdadeiro objectivo da superação das instituições existentes. A breve trecho não temos mais que uma desinteressante repetição eleitoral onde a nossa participação se resume a uma cruz num papel, levando a mudanças inócuas mas necessárias para que tudo continue na mesma.
2. O acto de votar é a aceitação dos limites do nosso próprio poder. Torna-nos tão poderosos (ou com tanta falta de poder) como uma cruz traçada num papel. As democracias ocidentais são o poder amontoado de vários milhares ou milhões de opiniões, reduzidas a uma mera aprovação sufocada, destinada à mesma oligarquia que desde sempre nos governou. Se o voto fosse verdadeiramente importante, ou contivesse qualquer potencial de verdadeira mudança, há muito teria sido proibido.
3. Ninguém pode governar a nossa vida melhor do que nós próprios. Não precisamos que outros votem em nós para o comprovar. Porque haveríamos então de dar aos outros o poder de decisão sobre o modo como governamos a nossa vida?
4. Aqueles que se dispõem a votar, e mesmo assim participam activamente para uma mudança real, são como vegetarianos a trabalhar num matadouro.
5. Votar é a desculpa que precisamos para evitar que nos organizemos, para evitar criarmos a nossa própria alternativa. Votar é aceitar que o poder do estado é preferível ao poder individual e ao poder da comunidade.
6. O peso e a força da agressão ou da repressão institucional não muda, mesmo que mudem a cor das fardas, ou a cor das camisas de quem manda nelas. Todas as instituições democráticas, venham elas da Direita ou da Esquerda, são instituições de "lei e ordem" e perseguem os mesmos fins.
7. Votar é um logro para obter a sua concordância para uma enorme série de medidas quando, de facto, você só conhece umas três ou quatro. No entanto, o seu voto será contabilizado como a aprovação implícita de toda e qualquer iniciativa que o partido em que votou venha a tomar, sem qualquer excepção. Quando tiver passado um ano de governo (às vezes até menos tempo), você não reconhecerá as medidas em que votou -- mas estará sujeito às leis e restrições impostas por cada uma das medidas desse governo, que então invocará o seu voto como legitimador da sua actuação.
8. Votar no menor de dois (ou mais) males, perpetua o maior mal de todos: o mal do imobilismo, um mundo onde toda a mudança é superficial. Isto significa invariavelmente que acabamos por votar nos políticos disponíveis, que avidamente disputam uns passos na corda bamba que liga o populismo aos confortos pessoais do enriquecimento material. Votar no menor dos males é favorecer a mediocridade e ter consciência disso.
9. Votar na Esquerda legitima não só o actual sistema de governação, como legitima igualmente a inevitabilidade pendular do processo eleitoral... o que acaba por dar à Direita a credibilidade, por ser simplesmente o outro lado da moeda falsa. (Por muitas vezes que se lance a moeda ao ar, ela nunca vai aterrar de lado. A aliança eleitoral entre a Esquerda e a Direita está ancorada num terreno de resignação situado entre conservadores e progressistas, e o acto de votar apenas fortalece a regularidade oscilante das eleições).
Votar na Direita Conservadora na esperança que, se ela ganhar, o povo melhorará de vida é um puro erro. O poder que ela ganha eleitoralmente é igualmente um mandato que lhe permite melhorar a eficácia de uma máquina esmagadora da resistência.
Votar nos Libertários dá-lhes a ideia errada de que a sua ida para um Parlamento possa ter um significado especial.
Certamente que é bem melhor encorajar a mudança real -- que só pode acontecer fora da governação.
10. Votar é uma óptima forma de preservar uma ordem baseada na currupção, no clientelismo, na incompetência, na desigualdade e no aborrecimento massificado. Em resumo, votar é um engano do povo, pelo próprio povo.
Recusar-se a votar é uma decisão pessoal que nada tem a ver com um sistema antiquado, opressivo e mutilador. Não votar é positivo, e não negativo. Votar é um fim; recusar-se a votar é um princípio...
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